segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Série Entrevista

Estamos inaugurando aqui um novo espaço. O de entrevista. O objetivo é dar mais dinamismo ao blog e refletir o trabalho de tantos profissionais comprometidos com a Saúde Pública. Vamos começar com o trabalho de Goiânia, o Catavento, coordenado pelas dras. Heicilainy, Lusmaia e Ariadne. A entrevistada de hoje é a dra. Heici.


Entrevista do dia:


Heicilainy Del Carlos Gondim
Coordenadora do CATAVENTO – Goiânia - GO


Copar- O Catavento é um programa consolidado e uma referência Nacional. Foi fácil esse caminho?
Heici - Para chegar aqui já passamos por muitas dificuldades e houve momentos que achávamos que seria impossível. Até agora, quando estamos abolindo aparelho de nebulizador “aerosol” nas Unidades de Urgência do serviço público da cidade e recebemos uma msg de uma farmacêutica nos perguntando como faremos com as prescrições dos médicos, até do entorno de Goiânia, que enviam pacientes para tomarem aerosol nos Serviços de Emergência 2-4 vezes ao dia, ficamos perplexos e inicialmente desanimados.

Copar - Um dos pontos fortes do Catavento tem sido as capacitações. Como elas se dão?
Heici - Quanto as nossas capacitações estamos fazendo assim:

- Fizemos aulas de capacitação por distrito (somos 13) e conseguimos capacitar cerca de 400 enfermeiras sobre inaloterapia. Estas enfermeiras são multiplicadoras e capacitam as colegas que foram recentemente contratadas ou que por qualquer motivo não participaram da capacitação e elas são também diretamente responsáveis para capacitar as técnicas de enfermagem das suas Unidades.
- Enviamos apostilas de inaloterapia sempre que solicitam para capacitarem suas colegas ou quando queremos pedir reforço de capacitação para alguma Unidade nova ou com problemas.
- Estimulamos os gestores das Unidades, médicos capacitados e as próprias enfemeiras para cobrarem para que continuem multiplicando os seus conhecimentos sobre inaloterapia.

Copar - Além dos Enfermeiros outros profissionais foram capacitados?
Heici - Fizemos 2 capacitações com os farmacêuticos. Temos 1 farmacêutica coordenadora em cada distrito sanitário e 2-4 nos 15 CAIS (Centros de Assistência Integral a Saúde).
- Participamos das reuniões mensais delas e atualizamos toda e qualquer estratégia do programa, além de nos falarmos por e.mail diretamente, sempre que surge qualquer empecilho. As respostas são compartilhadas via lista com todos. Esta foi uma dica do Dr Alcindo Cerci do Programa Respira Londrina: " A Equipe Farmacêutica são os braços direito e esquerdo do programa“. E temos observado que a importância dela só vai aumentando.

Copar- E com os médicos?
Heici - Com os médicos da emergência fazemos 2 vezes por ano mutirão de capacitação à distância e estamos tornando uma rotina: todo médico novo nas Unidades de urgência, são capacitados logo que começam a trabalhar. A rotatividade deles é muito grande. Não pode ser diferente, mas a metodologia é bem eficiente. (pré teste, apostila BÁSICA, e exclusiva de atendimento de emergência e pós teste imediato. Tudo em 20 minutinhos). Toda semana recebemos uma média de 20 treinamentos feitos para o Catavento com esta metodologia.
- A relação com os médicos do PSF é mais tranquila. Temos 134 equipes e eles tem 2 cursos anuais e montamos um módulo de pulmão. Além disto, eles podem freqüentar a Educação Continuada sempre que quiserem.
- A Educação Continuada acontece de 2/2 meses. É sempre a mesma aula. É para médico que não fez, quer se reciclar, é novo contratado, etc, etc.
- Monitoramos a lista de capacitados, enviamos memorando para os Gestores de Unidades avisando se estão desfalcados, se existem problemas nas Unidades ou regiões deles, se a medicação está saindo demais ou de menos, etc ... Isto a gente monitora com os farmacêuticos que nos mandam uma planilha de balanço de consumo mensal, detalhando consumo de toda a medicação do programa nas unidades sob sua responsabilidade. Dica do Dr Alcindo também...

Copar- De fato, é grande o trabalho o que vocês vêm realizando. Heici - Pra você ver, é um trabalho grande. Goiânia tem 1.700.000 hab, 13 distritos, 15 CAIS com atendimento de emergência 24 horas, 44 postos de saúde, 134 equipes de PSF. Mas já vencemos a inércia natural do início de qualquer nova estratégia e dentro de 1 ano, eu creio, o Catavento já vai estar andando sozinho e se auto-alimentando.
Para os coordenadores, ficarão o trabalho apenas de garantir medicação adequada para o momento, insumos gráficos que reforcem a organização do mesmo e Educação Continuada talvez anual (Quem sabe, A Semana do Catavento?). Assim vamos nós...

sábado, 27 de setembro de 2008

Artigo sobre asma no Lancet

Lancet de 20 de setembro traz dois importantes artigos asma. Acesso apenas a abstract. Veja link no bloco de artigos relevantes.

Uma pausa em Vitoria

Conheça o Catavento - GO

Goiânia é uma cidade relativamente jovem, 73 anos. A sua população estimada atualmente é 1.750.000 habitantes. Em estudo realizado na região, a nossa cidade teria hoje 210.000 pacientes asmáticos.
Com o objetivo de dar atendimento médico integral ao paciente asmático, tanto na crise aguda, quanto na intercrise, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia elaborou em novembro de 2004, a primeira versão do Plano Municipal de Controle da Asma em Goiânia – Catavento. Foi elaborado um projeto de capacitação específica das diferentes categorias profissionais envolvidas, definindo as competências de cada uma: médicos da emergência, médicos das UABS e UABSF, enfermeiras, técnicas de enfermagem, farmacêuticos e agentes comunitários de saúde, estimulando assim a assistência multidisciplinar.
Além dos 3 médicos coordenadores do programa, foram convocados todos os médicos pneumologistas (5) e pneumopediatras (2) da rede, para participarem como capacitadores dos profissionais de saúde. Foram criadas 5 Unidades de Referência secundária para atendimento dos pacientes asmáticos moderados ou graves e para suporte de apoio diagnóstico-terapêutico aos médicos das UABS. A equipe médica das unidades secundárias Passaram a receber os pacientes encaminhados pelas unidades de atenção básica ou de emergência, definir diagnóstico e conduta e os contra-referenciar para a atenção básica ou para as unidades de atendimento terciário: HGG ou HC conforme cada caso.
Após vencido o período de inércia para a modificação de antigos paradigmas, já podemos observar que o nosso programa começou a funcionar de forma automática, o que nos permite uma visão otimista quanto ao atendimento integral dos pacientes asmáticos em toda a rede municipal de atenção à saúde, num futuro próximo.
No momento, utilizando as portaria do Governo Federal, para tratamento da Asma Grave e para a inclusão de medicamentos inalatórios na lista da medicação obrigatória para as Secretarias Municipais de Saúde, dispomos no momento, no nosso município das seguintes medicações: beclometasona spray nasal, salbutamol e beclometasonas spray oral, associação formoterol/budesonida e salmeterol/fluicasona.
Embora ainda muito jovem, consideramos que o Programa de Controle da Asma de Goiânia - Catavento - tem avançado de forma bastante satisfatória rumo aos objetivos propostos. Esperamos, em breve, com a estruturação do sistema de informação informatizada da SMS, poder demonstrar melhores resultados do nosso trabalho, principalmente no que se refere à redução das internações, procuras pelas Unidades de Emergência e melhora da qualidade de vida dos pacientes portadores de asma do nosso município.


Necessidades do Programa, no momento:

Folders de higiene ambiental (1000 unidades).
Enquadrar os cartazes em estilo posters. Os cartazes já estão prontos (100).
Camisetas com a logomarca do programa na frente e nas costas, para uniformizar os agentes comunitários das equipes do ESF, visando estimulá-los para a busca ativa e captação dos pacientes asmáticos (1000 unidades)
Bolsas tipo pasta com alça, para serem utilizadas pelos agentes comunitários da saúde durante suas visitas domiciliares para captação de pacientes asmáticos (800 unidades)
Banners sobre inaloterapia para divulgação de que a via inalatória é a preferencial.(100 unidades).
Aparelhos de DVD para as consultas aula, palestras e oficinas educativas nas Unidades de referência (8 unidades)
Aparelho de data show para ser utilizado nas palestras e oficinas educativas, nas Unidades de referência. ( 2 unidades).
Botons com a logomarca do Programa para serem utilizados pela equipe de médicos e enfermeiras engajados no programa. (2000 unidades).





____________________________
Divisão de Doenças Crônicas Degenerativas – DDCD

Informe do Catavento - Importante

PROGRAMA DE CONTROLE DA ASMA EM GOIÂNIA
SMS

Informe Nº1 agosto/2008

Informação para todos colegas pneumologistas e pneumopediatras:

1. No momento, temos bom estoque de tudo: salbutamol, Beclo 250 e 50 inalatórios, Beclo nasal, Prednisolona solução oral e Prednisona comprimidos.
2. As Beclometasonas podem ser prescritas por qualquer médico da rede básica, mas só serão dispensadas nas Unidades de Referência em pneumologia, por enquanto.
3. As medicações para o atendimento da urgência: Salbutamol spray, Prednisona comprimidos e Prednisolona solução oral serão dispensadas em todas as Unidades de Urgência.
4. As medicações que foram adquiridas com recursos próprios da SMS para serem utilizadas em situações especiais como: Salmeterol 25/Fluticasona 125 spray (Seretide) só serão dispensadas com a prescrição dos médicos especialistas (pneumologistas e pneumopediatras).
5. Recebemos uma doação de 500 caixas de formoterol 6mcg / Budesonida 100mcg em pó inalável (Alenia), com vencimento para setembro de 2008. Estes medicamentos também estão disponíveis nas Unidades de Referência em Pneumologia/Pneumopediatria, mas também somente com a prescrição dos especialistas.
6. A falta de parte da medicação, neste semestre, foi devido a dificuldades de ordem burocráticas que tivemos que enfrentar durante o nosso primeiro processo de aquisição utilizando a nova portaria.
7. Em virtude da portaria 2084, temos recursos financeiros suficientes para manter a aquisição regular de salbutamol e Beclometasona nasal e inalatória.
8. A aquisição de outras opções só será feita com recursos próprios da SMS, já que a portaria 2084 só nos permite comprar salbutamol e beclometasona.
9. No nosso programa, a medicação de urgência: salbutamol spray, prednisona, prednisolona e máscaras estão disponíveis em todas as farmácias das Unidades de Urgência (CAIS e CIAMS).
10. Os medicamentos de manutenção: Beclos nasal, inalatórias de 50 e 250 só estão disponíveis, por enquanto, nas farmácias das Unidades de Referência em Pneumologia (Pedro Ludovico, Jardim América, Novo Mundo, Novo Horizonte, Campinas, Chácara do Governador e Urias Magalhães).
11. O paciente poderá retirar sua medicação de manutenção na Unidade de Referência mais próxima da sua residência.
12. Se, neste momento, faltar medicação na sua Unidade é porque a farmacêutica não está seguindo as orientações de manter um estoque mínimo de 200 frascos de tudo.
13. As farmacêuticas devem também deixar estoque à parte de salbutamol, prednisona e prednisolona para ser usado nas Unidades de Emergência durante atendimento e dispensado nas altas do PS.
14. Solicitamos que as farmacêuticas distritais enviassem um “Kit de emergência” para atendimento de urgência nos Centros de Saúde e nas Unidades do PSF.
15. Toda medicação inalatória deve ser prescrita com espaçador. Encaminhe o paciente para que a enfermeira responsável pela unidade possa orientá-lo quanto ao método correto de inalação e de confecção do espaçador artesanal.
16. Veja na diretoria a lista com os nomes das enfermeiras capacitadas na sua unidade. E as estimulem para capacitar TODA a equipe de enfermagem da unidade.
17. Em breve, iniciaremos a retirada do aerosol nas unidades. Começaremos pelas Unidades de Referência em pneumologia. Contamos com vocês.

v Continuem fazendo contra referência educativa. O papel do especialista na Saúde Pública vai muito além do simples atendimento ambulatorial de alguns pacientes que conseguem ser atendido por eles.

“ É preciso construir o amanhã com os sonhos de hoje, mesmo que deles não venhamos a usufruir. Este é o nosso destino.”Dr Edson de Andrade Pneumologista-Presidente do CFM

v Qualquer dúvida ligar na DDCD fone 3524.1604 falar com Dras Heici, Lusmaia ou Ariadne. Se preferir, enviar e.mail:
v heici@uol.com.br
v lusmaiacosta@uol.com.br
v ariadnemrocha@hotmail.com

Goiânia em movimento

De Goiânia recebemos um belo material da Dra Heici, que junto com as Dras Lusmaia e Ariadne vêm conduzindo o Catavento.
Do Rio, Hisbello nos envia uma grande quantidade de artigos que irão sendo postados no espaço a artigos relevantes.
É o COPAR abraçando o Brasil!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Mais municípios com programa de Asma

Do Rio Grande do Sul mais dois municipios com Programa de Asma: Montenegro e Triunfo. Vamos aumentar esta lista.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Artigos relevantes

Um novo espaço foi criado no Blog.
Artigos publicados principalmente sobre programas de asma
serão identificados com link para acesso.
Assim, ficará mais fácil a tarefa de quem quiser
conhecer as experiências brasileiras.Comecei pela Bahia.
Parabéns aos nossos amigos baianos.

Asma em BH - Sucesso do Criança que Chia

Londrina divulga relatório de atividades

O Programa Respira Londrina (Programa Municipal de Asma da cidade de Londrina) foi implantado na primeira Unidade Básica de Saúde (UBS), em novembro de 2002. Em fevereiro de 2003, a Comissão de Assistência Farmacêutica aprovou a compra de medicamentos específicos para asma, e em julho do mesmo ano foram treinadas 20 equipes de Saúde da Família de oito UBS, que também iniciaram o atendimento no Programa Respira Londrina.
Durante o ano de 2004 todas as demais UBS foram capacitadas, totalizando 39 UBS capacitadas na zona urbana de Londrina. Desde então, todos os pacientes asmáticos da cidade de Londrina têm o direito de receber tratamento gratuito e de qualidade para sua doença. Até dezembro de 2007, 5.510 pacientes encontram-se em acompanhamento médico regular pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF).

Os pacientes são assistidos por equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, agente comunitário de saúde dentista e fisioterapeuta. Aqueles classificados em asma leve e moderada fazem acompanhamento na própria UBS enquanto que os portadores de asma grave ou asma de difícil controle também são atendidos por médico pneumologista no NURA (núcleo de referência em ASMA) , localizado na Policlínica Municipal de Londrina. O NURA também serve como suporte para os casos de diagnóstico diferencial atendidos na rede municipal e orienta e apóia as equipes de Saúde da Família.
O Conselho Consultivo em Asma (CCA), responsável pela coordenação do programa, é atuante no município e respaldado por projeto de Lei que o reconhece, assim como às suas funções. Todos os seus membros (médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, estudantes e farmacêutica) trabalham voluntariamente e estão bastante envolvidos no programa, participando de visitas às UBS e treinamentos oferecidos às equipes de saúde da família.
Os Objetivos do Programa consistem em reduzir o número de internações por Asma brônquica e integrar os diversos níveis de atenção à saúde. Os grandes diferenciais do Programa são: a busca ativa dos pacientes em seus domicílios, realizada pelos agentes comunitários de saúde (ACS); o recebimento de informação e educação em asma com abordagem multidisciplinar (fisioterapia, enfermagem, médico e dentista), e o controle ambiental realizado pelas equipes do PSF nas casas dos pacientes. O Programa visa, assim, a educação da família e do paciente, além de fornecer um tratamento adequado baseado nos conhecimentos científicos e, principalmente, realizar o acompanhamento clínico, funcional e social do asmático, focando a melhoria e o aumento da qualidade de vida.
Quatro anos após a expansão do programa à capacidade máxima os resultados são notáveis: a taxa de internação por Asma na cidade de Londrina foi 42,41% menor no ano de 2005 em relação ao ano de 2003 . A redução foi ainda mais significativa, 62,41%, quando se compara os anos de 2003 e 2006. A adesão ao tratamento aumentou na mesma proporção de avaliação positiva e reconhecimento por parte do asmático e de seus familiares que relatam melhora clínica e satisfação com o tratamento recebido; a redução e extinção de fila de espera para atendimento com o especialista em pneumologia e a redução do numero de atendimentos nas UBS de pacientes com doenças respiratórias.
Os avanços obtidos em Londrina renderam o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde, que em junho de 2004 conferiu o prêmio: “Criação do Programa Municipal de Asma” - na II Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família Além disso, o interesse e vínculo acadêmico-científico (produção de trabalhos, estágio de acadêmicos da área de saúde da Universidade Estadual de Londrina e pós-graduação – mestrado e doutorado, na referida universidade) de alguns profissionais confirmando que, de um Programa eficiente, feito com prazer e qualidade, é possível participar.
I

SES/BA - ProAr da Bahia recebeu o Prêmio Saúde

O Programa de Controle da Asma e Rinite Alérgica da Bahia concorreu com 637 trabalhos inscritos de todo o país e obteve o Prêmio Saúde da Editora Abril

O trabalho desenvolvido com os pacientes do ProAr - Programa de Controle da Asma e Rinite Alérgica da Bahia - recebeu o Prêmio Saúde da Editora Abril. O prêmio foi entregue à pneumologista Rosana Franco, coordenadora do programa na Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), durante cerimônia realizada em São Paulo. O ProAr concorreu com 637 trabalhos inscritos de todo o país. "Fomos os únicos do Nordeste a receber o troféu, e isso só nos deixa estimulados a continuar o trabalho, sempre procurando melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes que buscam ajuda para os problemas respiratórios", afirmou Rosana Franco.
A cerimônia de premiação contou com a participação das lideranças da Editora Abril, autoridades do governo de São Paulo, pesquisadores e profissionais de saúde de vários estados brasileiros. O ProAr foi um dos 21 finalistas selecionados pelos 43 jurados, na segunda edição do Prêmio Saúde. O júri técnico (formado exclusivamente por profissionais de saúde) avaliou os trabalhos em sete categorias: Saúde e prevenção, Saúde do coração, Coração e obesidade, Saúde do homem, Saúde da mulher, Saúde da criança e Saúde mental e emocional.
Na Bahia, o Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM) abriga o ProAr, programa de assistência e pesquisa aos pacientes com asma grave e rinite alérgica, em ambulatórios de referência com fornecimento gratuito de medicações preventivas. O sucesso vem sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Organização Mundial de Saúde. Além do Octávio Mangabeira, o Centro de Saúde Carlos Gomes e o Hospital Santa Isabel abrigam ambulatórios de referência do ProAr.
O ProAr, programa desenvolvido em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), oferece atenção global ao asmático grave, promovendo a saúde e o bem estar social para os portadores da doença, além da economia de recursos para o estado com a redução dos períodos de internação. "Por meio da implementação do programa, o projeto diminuiu os custos do tratamento, cortou o tempo de internação em cinco dias e, consequentemente, aumentou a renda da família do asmático em 18%, reduzindo os casos de faltas no trabalho e perdas de emprego por causa das crises incapacitantes", explicou a coordenadora.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Asma e Rinite

O Capítulo 7 do livro Asma em Saúde Pública, organizado pelo Dr. Alcindo Cerci Neto está disponível no link, bastando clicar no título.
Se ficar de fácil acesso poderemos fazer isso com outros capítulos.

domingo, 21 de setembro de 2008

Carta de São Paulo

A Carta de São Paulo é o relatório final da I Oficina de Asma e Comunidade, desenvolvida por todos os seus participantes e organizada pelos membros do COPAR, grupo que surgiu entre os participantes do mesmo encontro. Representa um documento valioso que reúne conhecimento de profissionais inseridos em programas de Asma e Rinite por todo Brasil.

Relatório da I Oficina de Asma e Comunidade
Carta de São Paulo

A Asma é uma doença respiratória crônica altamente prevalente na população brasileira, tendo um grande impacto sobre qualidade de vida de seus portadores, alto custo psicossocial e econômico. Ela acomete cerca de 20 milhões de brasileiros, e é responsável por 350 mil hospitalizações anuais cujo custo se eleva a cerca de 100 milhões de reais. Curiosamente, a despeito do aumento crescente dos gastos públicos para tratamento desta doença e a existência de financiamento para aquisição de medicamentos, não se conseguiu estimular a criação de políticas locais de manejo da Asma através de atividades programáticas específicas e direcionadas. Nesse contexto reuniram-se em São Paulo nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro de 2007, profissionais que atuam em diversas experiências brasileiras em programas de Asma em variados níveis de desenvolvimento. Através de discussões em formato de oficina, elaborou-se um documento, com o objetivo principal de estimular a criação e consolidação de políticas públicas para o controle da Asma no Brasil, através da utilização racional de recursos existentes e do estímulo ao desenvolvimento de atividades programáticas loco- regionais, utilizando experiências e recursos humanos desta área do conhecimento.

DO PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ASMA
O planejamento de um Programa de Asma (PA) inicia-se pela correta identificação da relevância da doença na comunidade a ser atendida, adequando-se ao contexto social do município no qual será implantado. Uma equipe mínima para planejamento das ações deve ser composta por um médico generalista e/ou especialista, um enfermeiro, um farmacêutico e um membro do conselho municipal de saúde, bem como qualquer outro profissional ou estudante que queira participar.

O processo de planejamento e implantação de um PA passa necessariamente pela sensibilização e informação dos gestores, médicos, pacientes, e também da sociedade. Para essa finalidade, estratégias específicas devem ser formuladas, como ações periódicas que envolvam inserções na mídia, atividades educativas e capacitação de multiplicadores na comunidade.

Concorrentemente à sensibilização, a elaboração de um protocolo de ações inserido no contexto local é uma ferramenta e eixo norteador fundamental, dando segurança e homogeneidade às ações. O protocolo deve conter informações sobre a doença, assim como as atribuições de cada profissional da saúde, metas iniciais e sistemas de acompanhamento e avaliação, respeitando as peculiaridades locais. As diretrizes para Asma e Rinite e outros consensos médicos, sempre associados a dados epidemiológicos e estatísticos, são referência e devem ser consultados, pois trazem informações valiosas à equipe de planejamento. Já existem experiências acumuladas de programas de asma que devem ser socializadas, evitando a repetição de erros e utilizando soluções bem sucedidas. Todas as proposições devem ser debatidas com os conselhos de saúde locais, para atingir os objetivos pertinentes a cada região. Barreiras e resistências existirão e devem ser enfrentadas com soluções realistas e criativas, respeitando as necessidades e limites do contexto local.

É indiscutível a relevância da participação da comunidade nesse processo. Para tanto, é preciso estimular e fortalecer parcerias com organizações não governamentais (ONG’s) como a Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), a iniciativa da Organização Mundial da Saúde denominada Global Alliance against Chronic Respiratory Diseases (GARD), lideranças comunitárias, escolas, creches, empresas, Sociedades Médicas e por fim os poderes públicos das três esferas e as instituições públicas e privadas, como Universidades. As universidades devem ser parceiras na construção e consolidação de programas locais de atendimento ao asmático, originando programas de capacitação e disseminando o conhecimento nos serviços de saúde, adequados à realidade local. Ressalta-se que as universidades devem funcionar como uma parte do programa, porém este não deve estar restrito a essas instituições. Os ambulatórios das universidades podem ser integrados ao Programa, inclusive com dispensação de medicamentos. Deve-se incentivar a produção científica, utilizando dados dos pacientes atendidos.

Todas as ações devem contemplar a atenção básica de saúde como foco principal e utilizar os instrumentos existentes, como o Programa Saúde da Família (PSF) e também a sensibilização e capacitação dos profissionais aí inseridos. Deve-se enfatizar os sistemas de informação, como cadastro dos pacientes, aprazamento de medicamentos e referência e contra-referência para o especialista em casos de dúvida ou difícil controle.

UM PROGRAMA DESTINADO AO ATENDIMENTO UNIVERSAL DO ASMÁTICO
O atendimento ao asmático deve ser universal, sem restrições a faixa etária e estar implantado em toda a rede pública. Apesar de, reconhecidamente, existir dificuldade para a inserção do adulto, seu atendimento é fundamental, dado o elevado absenteísmo ao trabalho e a alta prevalência da doença entre os idosos. Os medicamentos utilizados pelos PA devem ser diversificados e seguir as indicações dos principais consensos de especialistas. A assistência farmacêutica deveria incluir esteróides inalatórios orais e nasais, esteróides inalatórios associados à β2 de longa duração, anti-leucotrienos, β2 de curta duração e esteróides sistêmico. Cabe destacar que o custo anual do tratamento ambulatorial de manutenção de três a quatro pacientes corresponde ao custo atual de uma única hospitalização por asma aguda, fato que além de revelar a vantajosa relação custo-efetividade, propicia uma efetiva redução das hospitalizações. É importante observar que a escolha dos medicamentos deve ser fundamentada em pareceres técnicos, observando a faixa etária, propriedades farmacológicas e estudos de farmacoeconomia. O uso e a compra de espaçadores também devem ser previstos.

ESCOLHA E DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA UM PROGRAMA DE ATENDIMENTO AO PACIENTE ASMÁTICO
Para a organização do sistema de dispensação de medicamentos, deve-se prever controle de estoque (medicamentos definidos em protocolos específicos, incluindo os para asma grave, de difícil controle, e para crianças). A criação de um mecanismo de avaliação da técnica de uso da medicação inalatória é um bom meio para otimizar a utilização do mesmo e fortalecer a adesão ao tratamento, e pode ser feito por qualquer membro da equipe no momento da dispensação.

Problemas de ordem econômica são freqüentes, mas a racionalização dos recursos existentes e a busca por novos recursos operacionais nos parecem caminhos viáveis e devem ser procurados junto a Ministérios, Secretarias de estado e município, projetos de pesquisa e agências de fomento. Também deve estar presente a educação continuada e permanente dos profissionais de saúde, o fornecimento de informações de impacto - inclusive de ordem econômica - aos gestores, e o uso da mídia para a veiculação de campanhas educativas para a população geral, mais uma vez citamos a sensibilização de todos como uma importante ferramenta.

RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ATENDIMENTO AO PACIENTE ASMATICO
É necessária a existência de recursos humanos que viabilizem o funcionamento dos PA de forma sistematizada. Problemas relacionados a recursos humanos como a alta rotatividade de profissionais na rede pública, a resistência a mudanças por parte de alguns desses profissionais, a baixa remuneração e, ainda, a falta de motivação, são muitas vezes de difícil solução. Embora esses obstáculos ainda sejam um grande desafio, a mudança comportamental de todos os envolvidos no processo: médicos, profissionais de enfermagem, pacientes, familiares e outros, associados à manutenção da educação, à capacitação conjunta em todos os níveis de atenção, e ao comprometimento dos municípios para manutenção dos Programas podem ser chave para a resolução dos mesmos.

CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONIAS EXECUTORES DO PROGRAMA
O processo de capacitação dos profissionais é o momento de sensibilização, conscientização e convencimento dos atores envolvidos, além de levar conhecimento técnico atualizado. Os profissionais podem ser capacitados em conjunto, embora algumas categorias profissionais tenham peculiaridades que devem ser enfatizadas. Todos da equipe de saúde, incluindo o pessoal administrativo, devem ser capacitados para diagnóstico, tratamento, técnicas de inaloterapia, controle ambiental e acompanhamento do paciente. Contudo, a definição terapêutica é atribuição exclusiva do médico, fato que obriga a equipe capacitadora a conter pelo menos um médico. A metodologia de treinamento deve incluir treinamento em serviço, teórico e prático, em pólos regionais. Um ponto crucial nesta etapa do processo é a necessidade de integração entre todos os níveis de atendimento, ou seja, a integração da rede básica à urgência e à rede hospitalar.

Para o financiamento da capacitação de profissionais, a utilização de recursos municipais - incluindo dotações orçamentárias específicas para esse tipo de programa - é uma ótima alternativa. Os recursos financeiros disponíveis atualmente, além daqueles garantidos pelo município, serão gerados a partir de 1º de fevereiro de 2008 pela Portaria Ministerial 3.237 de 24 de dezembro de 2007 (anteriormente Portaria Ministerial 2.084) e 2.577. Infelizmente, ainda hoje, os Programas utilizam-nos de maneira individualizada, talvez não plenamente, em virtude da falta de informação adequada sobre a disponibilidade e o manejo destes recursos.

DA DIVULGAÇÃO AO CONTROLE DE QUALIDADE
Os pacientes devem ser informados sobre a existência do Programa nos serviços primários, secundários e terciários, e instruídos a buscar pelo tratamento adequado em uma unidade de saúde próxima à sua residência.

O controle de qualidade dos programas de asma deve ser unificado e centralizado para fins estatísticos. Os índices que podem ser utilizados são: número de internações por crise asmática; número de visitas à emergência; mortalidade por Asma; consumo de β2 e corticóide inalatório e sistêmico; comparação de dados coletados em dois momentos: antes e após o Programa; índice de absenteísmo no trabalho e na escola, com seu respectivo custo para a sociedade. Uma outra possibilidade seria a implantação de questionários de qualidade de vida, de maneira a avaliar o impacto do tratamento da Asma para o paciente.

MENSAGEM FINAL DO GRUPO SIGNATÁRIO
O grupo de especialistas signitários desse documento tem a convicção que é plenamente possível reduzir as taxas de morbimortalidade por asma nesse país e considera premente a ampliação de uma política de atenção à asma, liderada pelo Ministério da Saúde. Ela teria como repercussões imediatas o fortalecimento do Sistema Único de Saúde e da rede de atenção básica, a ´desospitalização´ e a redução dos custos e dos danos psicossociais determinados pela asma. Para que isso ocorra, os conhecimentos e experiências aqui produzidas devem auxiliar iniciativas em Asma já existentes e estimular a criação de novos Programas de Asma em todo o Brasil.

Alcindo Cerci Neto - SMS/Londrina/PR – Programa Respira Londrina

Adelmir de Souza Machado - Coordenador do Programa de Controle da Asma e da Rinite Alérgica na Bahia (ProAR) e professor do Programa de Pós Graduação em Medicina e Saúde da Faculdade de Medicina da Bahia-UFBA - Salvador/BA

Aledijane Sotero Gomes Rio de Janeiro

Ana Maria Emrich - Graduanda em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina e membro do Programa Respira Londrina – Londrina/PR

Antonio Carlos Pastorino ICR

Bernardo Kiertsman - Professor Adjunto de Pediatria, Chefe do Serviço de Pneumologia Pediátrica FCM da Santa Casa de São Paulo, Diretor do Departamento de Pediatria - ABRA-São Paulo - São Paulo / SP

César Cielo Santa Barbara

Cláudio Amaral - Pediatra, Funcionário efetivo do Ministério da Saúde, lotado no Instituto Clemente Ferreira, ligado ao CCD da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo - São Paulo/SP - ICF

Elaine Ceccon - Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre – Porto Alegre/RS

Faradiba Sarquis - Professora de Clinica Médica II do Centro de Ciências da Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), Coordenadora do Programa de Controle de Rinite e Asma da Santa Casa de Misericódia de Vitória - Vitória/ES

Georgina Nazaré Tinoco Ayres - Coordenadora do Proasma e funcionária da Secretaria Municipal de Catalão - Catalão/GO

Heicilainy Del Carlos Gondim - Pneumologista, Coordenadora do Programa de Controle da Asma em Goiânia CATAVENTO - Goiânia/GO

Heli Vieira Brandão - Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana /BA, Programa ProAR- FS - Feira Santana/BA

Hisbello da Silva Campos - Centro de Referência Prof. Helio Fraga, MS – Rio de Janeiro/RJ

João Luiz Kraz Borges Caxias do Sul/RS

Jorge Henrique Quirino Londrina/PR
José Hidelbland Cavalcante de Farias - Acadêmico do curso de medicina da Universidade Federal do Maranhão e coordenador da liga acadêmica de asma que funciona no Programa de Assistência ao Paciente Asmático (PAPA) – São Luís/MA

Lenisa Scarpel de Mello Bolonetti - Pneumologista pediátrica, atuante no "Projeto Asma" da prefeitura Municipal de Saúde de São José dos Campos – São José dos Campos

Lucas Bello Cuiabá/MT

Luci Kuromoto de Castro - Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, Programa Respira Londrina - Londrina/PR

Lusmaia Damasceno C. Costa Goiânia/GO

Mafalda Lucia Kuhn - Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel – Paraná,
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE - Cascavel/PR

Marcelo del Olmo Sato Curitiba/PR

Maria Julia Alves Coimbra Krein - Pneumologista da Secretaria Municipal de Saúde de Joinville-SC e presidente da ABRA Joinville. Participante na elaboração do Plano Municipal de Asma - Joinville/SC

Mário Sérgio Nunes - Médico Pneumologista - Secretaria de Saúde do Distrito Federal - Brasília/DF

Marta de Fátima Guidacci - Coordenadora do Programa de Atendimento ao Paciente Asmático da Secretaria de Saúde do Distrito Federal - Brasília/DF

Marti Antilla Sorocaba/SP

Nelma Rodrigues Soares Choiet Goldenzwaig São Paulo / SP

Norberto Ludwig Neto - Pneumologista Pediátrico, Presidente do Departamento de Pneumologia da Sociedade Catarinense de Pediatria, Pneumologista Pediátrico do Hospital Infantil Joana de Gusmão da Secretaria da Saúde de Santa Catarina, Ambulatório de Asma em Pediatria do HIJG – Florianópolis/SC

Olavo Franco Ferreira Filho Londrina/PR

Paulo Camargos - Representante no Brasil da World Health Organization/GARD (Global Alliance against chronic Respiratory Diseases) – Belo Horizonte

Paulo Silva - Diretor do Instituto Asma, gerenciador dos Programas Municipais de Atendimanto ao Paciente Asmático e consultor de Pneumologia do Hospital da Criança Conceição - gerenciamento do Programa de Asma do Serviço de Medicina Comunitária pertencente ao Grupo Hospitalar Conceição - POA RS – Porto Alegre/RS

Pedro Bonechini Botucatu/SP

Renato Eugenio Machione Catanduva/SP

Rogério Antônio Tuon - Médico pediatra e infectologia pediátrica.Coordenador do Programa Saúde da Criança, daSecretaria Municipal de Saúde de Piracicaba. Coordenador do Projeto piloto Asma na Infância (emimplementação) na cidade de Piracicaba-SP – Piracicaba/SP

Silvia Carmen Akel Thomas de Lima Manaus/AM
Solange Oliveira Rodrigues Valle - Plano de Atenção ao Paciente com Asma e Rinite do Município do Rio de Janeiro – RespirARio, Coordenadora do Programa de Asma Infantil, Médica da Gerência do Programa de Saúde da Criança, Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro/RJ
Vera Lúcia Galvani Sgarbi Martins São José Campos/SP

Vinícius Lopes Emygdio de Faria - Graduando em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina e membro do Programa Respira Londrina – Londrina/PR

Yara Arruda M. F. Mello - Médica / Alergologista, Responsável pelo Projeto PAPAR / São Paulo, Diretora da ABRA SP, Diretora Serviço de Alergia e Imunologia do Hosp Prof Edmunodo Vasconcelos - São Paulo / SP

Zelina Maria Rocha Caldeira - Coordenadora do Programa Respira Niterói - Programa de Controle da Asma - Niterói/RJ

Zuleid Dantas Linhares Mattar - Presidente da ABRA regional São Paulo - São Paulo / SP



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Internação por asma no DF

Em 2007 a redução no percentual de internações verificada no DF significou a não internação de 901 pacientes com asma, uma redução de 45,42 % no número de internações, equivalendo a uma economia, em 2007, para o Sistema Único de Saúde de R$ 393.613,27 em custos diretos (repasses do SUS) quando comparado com o percentual de internações verificado no ano de 2000. A redução do percentual de internações por asma no Distrito Federal configura-se como um dado epidemiológico consistente com uma tendência pelo registro observado nos últimos 8 anos.
No ano de 2000 para um total de 141.372 Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) foram registradas 2.743 internações por asma, percentual de 1,94%. Em 2007, para 148.629 AIH foram registradas 1.983 internações por asma, equivalentes a 1,33% do total de internações no DF. Essa redução no percentual de internações por asma no DF reflete com muita clareza o resultado da ampliação de ofertas de serviços e de tratamento para esta clientela com evidentes benefícios para o Sistema de Saúde Pública do DF e de seus usuários.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

COPAR quer melhorar a assistência ao asmático na rede pública multiplicando iniciativas bem-sucedidas

Grupo de especialistas em asma quer reduzir internações e mortes pela doença.
Duas mil e quinhentas mortes por ano. Esse é o total de pacientes que a asma vitima no Brasil. Com o desejo de reverter esse cenário, foi criado no ano passado o Conselho de Programas de Asma e Rinite (COPAR), formado por cerca de 40 pneumologistas, alergologistas e pediatras que atuam em programas de asma em todo o País.
Inspirado nas experiências bem-sucedidas de alguns estados e municípios e empenhado em multiplicá-las Brasil afora, o grupo formulou uma série de iniciativas capazes de melhorar a assistência ao asmático na rede pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, entre 100 e 150 milhões de pessoas são vítimas da asma em todo o mundo. No Brasil, calcula-se que aproximadamente 10% da população sofram da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de oito brasileiros morrem por dia vítimas da asma, totalizando 2,5 mil óbitos anualmente. Um levantamento feito pelo Datasus revela que aproximadamente 367 mil pessoas dão entrada nos hospitais a cada ano devido à doença, uma das principais causas de internação no país. Em 2007, somente o gasto com as internações foi superior a R$ 98 milhões. O impacto nos cofres públicos é ainda maior se considerado o desembolso com a compra de medicamentos. “A assistência ao asmático na rede pública ainda necessita de alguns ajustes”, afirma a líder do COPAR e presidente da Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), Zuleid Mattar. Segundo a pediatra, algumas exigências do governo prejudicam a adesão e a continuidade do tratamento. “A asma é uma doença crônica que exige controle contínuo. No entanto, se o resultado do teste de função pulmonar de um paciente for negativo, o fornecimento da medicação é suspenso”, exemplifica. A médica explica que o objetivo do grupo é trabalhar em parceria com as secretarias de saúde estaduais e municipais na ampliação das políticas públicas de atenção à asma. “A intenção é ouvir os gestores de saúde para, em conjunto e de acordo com a realidade local, traçar estratégicas que possam aprimorar a atenção ao paciente”, afirma.
Entre as propostas do COPAR estão a realização de ações educativas para profissionais de saúde e população, capacitação de generalistas para lidar com a doença, a ampliação do elenco mínimo de medicamentos disponíveis no SUS e o uso racional dos recursos destinados à compra de remédios. ”Essas iniciativas teriam como repercussões imediatas a diminuição das hospitalizações, a redução de custos e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes”, justifica. Os ganhos alcançados em iniciativas como o Programa de Atendimento ao Paciente Asmático do Distrito Federal, o Respira Londrina (PR), o Programa de Asma de Sorocaba (SP) e o ProAR (BA) apenas para citar alguns, são os melhores argumentos do grupo para convencer os gestores de saúde de que é possível fazer mais sem onerar demais os cofres públicos.
O exemplo da capital federal – Criado em 1999 pela Secretaria de Saúde local, o Programa de Atendimento ao Paciente Asmático do Distrito Federal está calcado em três pilares: educação em asma, fornecimento de medicamentos e capacitação dos profissionais de saúde. Segundo dados do Datasus, a ampliação do programa para todo o DF foi responsável, no período de 2000 a 2007, por uma redução de 38% (em números absolutos) no número de internações de asmáticos. A desoneração aos cofres públicos no período foi de R$ 772,5 mil. Em 2000 foram 2.743 internações por asma contra 1.983 em 2007, liberando leitos para outros pacientes. “Os resultados são evidentes”, comemora o pneumologista da Secretaria de Saúde do DF e integrante do COPAR, Mário Sérgio Nunes, esperançoso de levar a experiência para outras cidades. “As conquistas obtidas no DF foram alcançadas tanto devido ao fornecimento de medicamentos da atenção básica, quanto à oferta de remédios de alto custo”, esclarece. Para assegurar o tratamento adequado ao asmático, o governo do DF ampliou o elenco mínimo de terapias oferecidas na rede pública, incluindo fármacos que não fazem parte da lista do governo federal. A compra dos remédios é custeada com recursos do Ministério da Saúde e com verbas da própria secretaria. “A formação de multiplicadores para o treinamento constante dos profissionais da atenção básica e dos serviços de emergência é outro ponto-chave do programa”, completa a coordenadora do Programa de Asma do Distrito Federal, a alergologista Marta Guidacci.
Conselho de Programas em Asma e Rinite